Este blog foi feito para você!!!

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E Propõe uma discussão em torno da Educação, especialmente a Educação Indígena, mais precisamente a modalidade de Ensino à Distância.

Aqui o objetivo é levar até você professor indígena ou àqueles que buscam conhecer mais sobre o assunto, textos, artigos, vídeos, documentários que tornem esta discussão mais interessante e proveitosa.



Sejam Bem Vindos!

domingo, 18 de julho de 2010

Educação Indígena e Etnomatemática

As técnicas matemáticas que conhecemos estão estritamente ligadas á cultura eurocêntrica, contudo, a etnomatemática praticada por grupos indígenas é real, resta-nos tomar consciência da diversidade das práticas matemáticas destes, para introduzi-las junto às aplicações de programas do ensino tradicional.


A matemática trabalhada dentro do contexto de grupos étnicos desde os primórdios apresenta-se como a reprodução do compreender a partir da observação do mundo, do meio natural e do ambiente social ao qual fazem parte, através da intuição, abstração, simulação, dedução, concreção e modelagem.

Para tal, desenvolvi um trabalho para conclusão do curso de Especialização em Educação à Distância com Ênfase na Produção de Material Didático.

Neste trabalho o foco é o professor indígena, trabalhamos com os preceitos da Etnomatemática, uma maneira de introduzirmos a percepção da interdisciplinaridade como recurso para solucionar problemas novos, criados a partir da introdução de conteúdos institucionais, em escolas indígenas. A percepção da cientificidade indígena nós tira a ingenuidade que esses precisam ser apresentados à ciência, como algo novo. Nesse sentido, a Etnomatemática é eficiente e adequada, podendo introduzir muitas outras discussões sem que o conhecimento próprio da cultura indígena seja questionado.

A matemática contextualizada trás a percepção que é possível evitar conflitos culturais dentro da educação indígena. A intervenção do professor deverá ter o propósito de aprimorar práticas e reflexões, como instrumentos de crítica, uma nova opção, sem imposições.

O modo como a Etnomatemática oferece novas possibilidades de explicação, um novo olhar, para novas situações na resolução de problemas, nos traz essa visão que deve ser levada para outros campos do conhecimento. O ensino teórico e aulas expositivas, em qualquer que seja o campo não deve toldar o modo como os indígenas lidam com o seu saber fazer. Ou do contrario, correremos o risco de interferir no processo cognitivo dos alunos.


O respeito do processo cognitivo de culturas diferentes deve ser observado como algo positivo, sejam no contexto intercultural, ou no contexto intracultural. Cada indivíduo organiza seu processo intelectual de forma autentica, o professor deve estar habilitado para compreender e trabalhar dentro da ação cognitiva do individuo, no caso do povo indígena, afastando-se da forma unidimensional, imutável, que ocorre na educação escolar.

A construção do conhecimento é uma estratégia desenvolvida pelo ser humano para explicar, entender, manejar a realidade do seu mundo, esse conhecimento se desenvolve dentro do seu contexto, de varias formas, através da religião, matemática, ciência, arte, uma construção a partir das necessidades, primeiro pela sobrevivência, depois pelo compreender o mundo. Esse conhecimento está em constante transformação, dentro do referencial do individuo.




A Educação à Distância Parte 2

Olá esta é a segunda e última parte sobre EaD, poderíamos fazer muitos mais posts sobre Educação á Distância, pois este é um tema que merece e precisa ser discutido.

Mas para não me prolongar pararei por aqui, não sem antes disponibilizar no final desta postagem alguns links para artigos sobre este assunto para que possa se aprofundar.

Através das tecnologias a educação à distância pode amparar os estudantes, em sua aprendizagem, ressaltado as suas qualidades. Através das trocas de experiências os alunos tornam-se ativos, e segundo David Jonassen esse é o componente essencial da aprendizagem significativa.

A qualidade Construtiva dos alunos é fundamentalmente quando esses agregam novas idéias as experiências já existentes dando-lhes um novo significado, contudo, precisam utilizar a qualidade reflexiva para analisar essas experiências e empregar as mesmas em seu aprendizado para que mais tarde possam repassá-las de forma colaborativa, o construtivismo fala da motivação intencional que conduz o aluno à atingir uma meta, é nesse momento que objetivo cognitivo é atingido.

O contexto deve ser levado em conta numa aprendizagem, pois, para que melhor sejam compreendidas as questões apresentadas nos ambientes, à contextualização dessas questões devem ser exploradas como método, para que possamos perceber melhor as problemáticas.

As tecnologias que podem auxiliar a aprendizagem construtivista no ensino a distância e controlado por professor, podem ser substituídas por ambientes de trabalho contextualizados, como:

Exploração proposital da internet: aprendizagem pela exploração. A proposta do autor é basicamente o uso da internet, não como simples ferramenta e fonte de pesquisa, mas usando da capacidade total da internet como meio para aquisição da informação de forma que esta seja integrada a aprendizagem construtivista;

Multimídia, hipermídia e construção da web Page: aprendizagem pela construção, como o nome mesmo diz é o aprendizado a partir da construção, ou seja, os alunos podem conceber suas idéias e suas produções, o que torna essa tecnologia construtivista é a oportunidade que o aluno terá de construir seu próprio conhecimento a partir da colaboração de colegas, podendo ainda aperfeiçoar e reconstruir seus próprios conhecimentos em base do que foi assimilado com as trocas entre seus pares;

Os ambientes interativos de aprendizagem: aprender fazendo, a proposta da aprendizagem interativa é trabalhar problemas e projetos, tarefas complexas sempre baseadas em casos, como em um treinamento pratico uma forma de empenhar o estudante dando-lhe incentivo para a pesquisa e aprendizagem;

O conhecimento adquirido nos ambientes de aprendizagem deve ser construído conforme os alunos vão interagindo. O conhecimento não pode ser dado como algo acabado, por esse motivo, é crucial que o aluno possa ter acesso irrestrito aos recursos tecnológicos para que o mesmo obtenha o máximo de informações possível e principalmente consiga observar a contextualização das questões, para que desta forma a aprendizagem ocorra de forma construtiva.


Veja abaixo o vídeo onde Pierre Lévy defende a modalidade de Ensino ä Distância

A Educação à Distância

Vamos discutir sobre a EaD, suas dificuldades e benefício a partir de uma análise baseada no artigo “O uso das novas tecnologias na educação à distância e a aprendizagem construtivista” de David Jonassen, da Revista em aberto.
Para isso decidi dividir este post em duas partes, aproveitem!

O autor vem falando inicialmente das limitações das tecnologias de aprendizagem a distância, muitas vezes a tecnologia é usada para repassar instruções, sem contudo, promover as mudanças necessárias às concepções e métodos, o autor fala ainda da forma como essas tecnologias são usadas em lugares onde a interação entre alunos e professores são quase nulas, mostrando que por vezes acontece o inverso do que esta modalidade propõe.

Essas tecnologias deveriam proporcionar um intercâmbio, contudo as palestras trazem a mesma ineficácia de muitas aulas presenciais, não possibilitando inovações necessárias às aulas. Este pode ser considerado como um problema de condução da educação a distância.

O autor David Jonassen trás como resposta para esse problema os pressupostos construtivistas. Os professores irão criar um ambiente onde os estudantes poderão interagir entre si e contribuir para um aprendizado, as diretrizes do construtivismo falam das experiências únicas de cada aluno para que esse encontre suas próprias repostas a partir de sua visão.

Para o construtivismo o conhecimento não é algo dado, o conhecimento é uma construção humana, onde o saber envolve as experiências vivenciadas por cada individuo, sem que esse perca o sentido do mundo social. Pois, é através dessa visão do mundo e das outras percepções deste, é que o individuo cria suas próprias respostas, a partir de seu ponto de vista, não singular, mas do todo a partir das relações e experiências vividas.

Como a Humanidade iniciou a matemática

As civilizações antigas são a base do mundo em sua conjuntura atual. Mas partiremos de uma época anterior às grandes civilizações. A Pré-História.



Os primeiros hominídeos possuíam algumas características humanas e no decorrer de milhares de anos esses foram evoluindo tanto no que diz respeito ao processo de evolução física quanto mental. Tornaram-se hábeis com as mãos, a utilizaram como ferramenta. A partir do desenvolvimento do cérebro adquiriram capacidade de raciocínio e puderam assim, passar de comedores de restos de animais à caçadores, de nômades à sedentários, de coletores à agricultores.

Mas como acorreu esse desenvolvimento? Não se sabe se foi o acaso, a observação, ou o método tentativa-falha, o mais provável é que uma combinação destes fatores tenha ocasionado esta evolução. Verdade é que aqueles homens pré-históricos se apoiavam mais em seus instintos e sentidos do que nós o fazemos.

Já na antiguidade, temos exemplos claros de como a partir das necessidades básicas as civilizações e grupos se desenvolveram e evoluíram. Os egípcios formaram a maior civilização há 3000 anos, desenvolveram templos conhecidos como pirâmides, as quais apresentavam sistemas de armadilhas muito elaborados e precisos, uma arquitetura complexa à base de blocos que pesavam toneladas e uma sociedade organizada. Desenvolveram ainda, métodos de cálculo para gerenciar seu vasto domínio e desta forma, expandi-lo cada vez mais.

Os Incas não possuíam uma matemática sistematizada com problemas de aritmética e isto não os impediu de se tornarem a maior civilização das Américas, seus muros feitos com gigantescas pedras resistem há centenas de anos aos terremotos, vulcões e tempestades dos Andes peruanos.

Esta era uma época onde dominar e crescer era preciso, para isso organização é fator crucial, desta forma o povo Inca usava métodos elaborados. Linhas trançadas e com nós por toda a extensão serviam como forma de armazenar e gerenciar informações sobre o que produziam, por exemplo.

Homens pré-históricos, Incas, Egípcios, Gregos, Romanos, Babilônicos, seja para sobreviver ao frio, ter controle da produção de alimentos, do tamanho de suas terras, do número de escravos, ou para construir seus templos, muros, meios de transporte ou fortes.

O fator é que cada povo, grupo, civilização prestou uma grande contribuição para que hoje exista a matemática como conhecemos em nossas comunidades.


DICA:
Assista aos três documentários indicados abaixo, você perceberá como aspectos singulares de civilizações diversas e suas incríveis habilidades.

• Homem pré-histórico: Vivendo entre as Feras, da DISCOVERY CHANEL.
• Egito Mania: O fascinante Mundo do Antigo Egito. A Tumba de Tutancâmon: A Grande Descoberta de Howard Carter, do The History Chanel.
• Segredo de Civilizações Perdidas: Grandes Mistérios da Arqueologia Finalmente Revelados, da BBC.

O professor como agente incentivador

Este post é baseado no livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire.

O autor fala da autenticidade que se deve possuir na prática de ensinar/aprender, e essa autenticidade leva o aprendiz a busca do saber com dedicação de quem cria o conhecimento. Paulo Freire Chama essa capacidade de “curiosidade epistemológica”.

Uma responsabilidade do educador esta em incentivar o aluno a curiosidade, para que esse consiga adquirir conhecimento a partir do cognitivo. Ensinar exige que o educador não esteja preso ao objeto de estudo e sim naquele que irar absorver-lo, tanto o educador como o aluno devem ser instigador, curioso, humilde e persistente, o conhecimento não pode ser simplesmente transferido, o aluno assim como o professor deve ser o sujeito do processo, ou do contrário o aluno arrisca-se a repassar o que recebeu como um robô recitando tudo que lhe foi gravado.


O aprendido só faz sentido quando o aluno consegue fazer conexão com a realidade do mundo e da sociedade em que esta inserido, ou do contrario mesmo que conheça teorias sua dialética é mecanizada. O autor ainda traz a discussão que verdades absolutas não existem, uma das condições para o acerto é esta aberto, sem vergonha de, longe da arrogância do pensamento que palavras escolhidas como objetos bonitos trazem o saber.

Antes de o professor ensinar, esse, deve estar sempre pesquisando, enriquecido de perguntas, questionamentos e críticas, ter em mente o respeito ao senso comum do aluno, levando esse a discutir. Não debater sobre o certo ou errado mais sim usar sua experiência prática para perceber a teoria dos conteúdos e a relação desta com a realidade concreta, discutir as implicações políticas e ideológicas.

A diferença da curiosidade ingênua para a epistemológica é a forma como nos posicionamos diante do mundo e das coisas do mundo, o “irracionalismo” ou o “racionalismo”. A prática docente crítica, envolve o movimento dinâmico dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer.

O professor que não leve a sério sua formação, que não estuda que não se impõe em posição de mestre, não esta qualificado a ser um. Sua competência acadêmica é qualidade fundamental para que o mesmo possa aplicar sua responsabilidade de mestre, porém aquele profissional que não tem compromisso também não esta qualificado para lidar com docentes, para dar-lhes suporte para que esse siga em frente, em sua jornada, assim como aquele professor que se coloca como o senhor do saber também não esta qualificado como docente.

Segundo Paulo Freire “o ser humano é inacabado”, no que diz respeito a sua construção social o ser humano é e sempre será inacabado, sua construção continuará enquanto esse for racional, a “imperiosidade da prática formadora, de forma eminentemente ética”, um ser condicionado e consciente, essa é a teoria do autor, do ser condicionado e o ser determinado. O fato de perceber-se no mundo e com os outros, faz com que o ser humano sinta-se parte do mesmo como agente participante.

domingo, 4 de abril de 2010

Projeto de uma disciplina voltada para formação de professores Indígenas

Esse é um projeto de uma disciplina voltado para um curso para especialização de professores indígenas, como meio de preparar o professor das comunidades indígenas com o objetivo de levar o ensino voltado para a Interculturalidade: “Etnomatemática e a Interdisciplinaridade”. É uma disciplina que tem como proposta orientar o professor indígena a observar o conhecimento já existente em seus alunos e usá-lo em prol do desenvolvimento deste, junto ao currículo estabelecido pelo MEC.


Através das seguintes unidades: A etnociência como forma de auxiliar o professor na aplicabilidade de disciplinas dentro de comunidades indígenas; O uso da Etnomatemática nas práticas do cotidiano dentro da comunidade indígena; A lingüística em apoio à interdisciplinaridade em comunidades indígenas.

Objetivos: Preparar o professor das comunidades indígenas para o ensino voltado à Interculturalidade, com o objetivo de edificar um olhar sobre uma nova forma de aplicabilidade de conhecimentos como a matemática nas práticas do dia a dia indígena. Uma busca pela aplicação da matemática ressalvando seu caráter transdisciplinar, assim como a valorização e sustentação de tradições culturais. Essa disciplina pretende preparar professores indígenas na busca de subsídios para que esses possam adaptar regras teóricas, não indígenas, para a realidade cultural social de uma comunidade indígena.

Objetivo específico: preparar o professor de comunidades Indígenas para que esse possa capacitar alunos, dando a esses, condições para que possam usar na prática, dentro de sua comunidade, lições apreendidas em sala de aula.

Unidade I- A Etnociência como forma de auxiliar o professor na aplicabilidade de disciplinas dentro de comunidades indígenas.

Veremos conceitos da etnociência e como poderemos introduzir teorias antropológicas em auxílio ao professor indígena. Poderemos introduzir nas escolas indígenas matérias como o multiculturalismo, construtivismo, feminismo, ambientalismo, existentes nas diversas disciplinas do ensino médio, dentro dos vários aspectos culturais do ambiente social do aluno indígena, através da elaboração de um currículo.

Unidade II - O uso da Etnomatemática nas práticas do cotidiano dentro da comunidade indígena.

Veremos uma introdução a Etnomatemática -O uso da matemática nas práticas do cotidiano nas comunidades indígenas. Muitos matemáticos concordaram que o ponto de partida da atividade matemática está na problematização e não na definição desta. Então como trabalharemos a especificidade da cultura do aluno e do seu ambiente social, sobe o ponto de vista matemático?

Todos nós podemos fazer matemática, construí-la, fabricá-la, produzi-la, e assim o fazemos, o que precisamos é estar atentos na aplicabilidade desta, respeitando a particularidade de cada comunidade, sociedade, sem perdermos o foco das regras e preceitos da ciência.


Unidade III-A lingüística em apoio à interdisciplinaridade em comunidades indígenas.

Veremos como a lingüística pode ajudar a nós professores na tarefa de introduzir a interdisciplinaridade junto à comunidade indígena, através de alguns pontos do uso da lingüística em apoio ao entendimento das práticas não indígenas. A importância do entendimento da lingüística, para nós professores que pretendemos trabalhar a interdisciplinaridade em escolas indígenas, é fundamental.

Inclusive para compreendermos que a influência da escrita e da oralidade não indígena, exercida dentro de uma comunidade indígena, poderá trazer conseqüências imutáveis, esse entendimento nos levará a consciência do dever de respeitar o modo como esses vêem o mundo e sua sociedade.

A consequência desta influência pode gerar o preconceito lingüístico, onde se generaliza como se existisse uma única forma de falar. Portanto, não podemos anular a cultura das comunidades indígenas, desrespeitando sua língua, seu modo de ver o mundo, de relacionarem-se com a natureza, com sua ciência e seus saberes.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A etnomatemática é uma ciência?

Esta pergunta è crucial para comprendermos o vem a ser etnomatemática.